O câncer do colo de útero é o terceiro tipo mais frequente do Brasil e a quarta maior causa de morte por câncer entre as mulheres brasileiras. Causado pela infecção persistente do Papilomavírus Humano (HPV), ele fica atrás somente do câncer de mama e do colorretal em número de casos.
Normalmente as regiões do Brasil menos desenvolvidas possuem a maior quantidade de casos por 100.000 habitantes. A maior taxa de manifestação da doença ocorre no Norte, seguido de Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul.
O tabagismo ou a exposição à fumaça do tabaco contribui para a persistência da infecção causada pelo HPV. Outros fatores também associados ao desenvolvimento do câncer de colo uterino são: início precoce de atividade sexual (abaixo de 16 anos), alto número de parceiros sexuais ao longo da vida, prática do sexo desprotegido e o histórico de verrugas genitais.
Essa infecção ocorre de forma lenta e, por isso, pode apresentar sintomas somente quando o tumor já está em estágio avançado. Entre os sintomas dessa fase estão:
- Dor e sangramento durante e após a relação sexual;
- Secreção vaginal anormal;
- Dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados;
- Anemia devido ao sangramento;
- Dor lombar, pelo comprometimento ureteral.
O principal fator de risco da doença é pela quantidade de subtipos do HPV. Existem 13 variedades reconhecidas pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC). Entre elas, a 16 e a 18 são as mais incidentes e correspondem aos 70% dos casos de câncer do colo do útero.
Os tratamentos para as pacientes afetadas são, principalmente, cirurgia e radioterapia. Porém, o tratamento costuma ser escolhido de acordo com a gravidade do caso, o tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade e desejo de ter filhos.
A prevenção dessa doença está ligada a medidas educativas, vacinação, rastreamento, diagnóstico e tratamento das lesões subclínicas. Além disso, o uso da camisinha feminina ou masculina durante a relação sexual ajuda na prevenção da doença de forma parcial. Porém, o vírus também pode ser transmitido através de sexo oral, ou do contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.
A vacina é indicada pelo Ministério Público dos 9 aos 14 anos para as meninas e dos 11 aos 14 para os meninos. A vacina protege contra os subtipos que causam verrugas genitais e os que são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.
Mesmo após a vacinação, é importante que as mulheres continuem fazendo os exames preventivos e utilizando preservativo durante as relações sexuais.